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  • Foto do escritorRegina Maria

É possível ser grande, sendo simples?

Nunca escreverei uma palavra

para lamentar uma vida.

Meu verso é agua corrente.

É tronco, é fronde,

é folha, é semente, é vida.


Cora Coralina

1885-1985



Foi em 20 de junho de 1965 que Cora editou seu primeiro livro, aos 76 anos, na cidade de Goiás. Cora Coralina é seu pseudônimo. Seu nome verdadeiro é Anna Lins dos Guimarães Peixoto.


Tinha apenas a quarta série do primário. Escreveu seu primeiro artigo para o jornal da cidade aos 14 anos. Mas, já em 1906, escrevia a sua primeira crônica, A Tua Volta, dedicada ao Luís do Couto, o gentil poeta das mulheres.


Doceira, longe dos centros urbanos e alheia a qualquer tipo de modismo literário, escreveu uma extensa obra relatando o cotidiano do interior brasileiro.


Cora estava longe dos holofotes e de qualquer atrativo a não ser seus dotes como doceira e como escritora. Cora foi simples e encantadora.


Aos 50 anos, segundo ela, passou por uma transformação interior ao perder o medo. Assumiu o pseudônimo Cora Coralina e começou a gravar seus poemas com adornos folclóricos e sua voz incomparável. O cotidiano era sua forma de expressar-se literariamente, sem conhecer nada de regras de gramática e nada de recursos literários rebuscados. A poesia de Cora se mistura aos doces, aos versos, aos troncos, aos becos, e às arvores.


Drummond uma vez escreveu a ela após ler Um Vintém de Cobre:


"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu Vintém de Cobre é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia.”


Cora recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás e foi considerada um cânone da literatura, condecorada com a Ordem do Mérito Cultural.


Senhora de poderosas palavras, escrevia a simplicidade. A atmosfera da Cidade de Goiás permitiu a ela compreender como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.


PROSUM lhe convida a sentir também o seu cotidiano, a sua paisagem interior, a perda do medo, a harmonia e a sua simplicidade. Ao invés de, apenas, passar pela vida, experimentá-la. Absorver a sua atmosfera usando a sua atenção, a sua concentração e a sua sensorialidade. É comungando com esses recursos fáceis que você pode fazer um acréscimo em sua vida e se conectar com tudo que há no presente. Para isso, você não precisa de muito. Sua presença leve, disponível, aberta e atenta será a sua nova bagagem.


A poesia de Cora é a poesia de sua simplicidade, presença, seu apuro cotidiano.

Você também pode se descobrir em todas essas vertentes da poesia de sua própria vida. Um caminho sem volta para dentro de você.


Seja!

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